segunda-feira, 8 de julho de 2013

Os ciclos do mercado acionário


Existem vários ciclos no mercado de ações, desde os mais longos, como os decenais, até os mais curtos, como aqueles que ocorrem dentro de um único pregão. Uma característica comum a todos é o “retorno à média”. Esta regra quase nunca tem exceção. Assim, sempre teremos os períodos de correção após a euforia do mercado, como também veremos os preços subirem após os tempos nebulosos do pessimismo exagerado.
Nesta última semana, com a queda de quase 5% o IBOV perdeu mais uma vez o fundo anterior, atingindo a mínima do ano, que corresponde a uma desvalorização de 30% em relação ao seu pico máximo no começo de janeiro de 2013. As más notícias diárias da economia brasileira, a falta de credibilidade no Governo Federal e os “números” ruins das empresas pioram ainda mais o frágil cenário nacional. Temos o segundo pior desempenho de todas as bolsas mundiais, atrás apenas do Peru. Entretanto, o pessimismo tem limite. Será que o Brasil está tão ruim assim? De repente, passamos a ser o patinho feio de todas as mazelas mundiais? O mercado é, e sempre será maníaco-depressivo! Faz parte da natureza humana em exagerar os períodos de euforia e medo.
Num aviso recente, uma importante corretora de valores americana (Morgan Stanley) indicou que o mercado brasileiro está “demasiadamente descontado”, passando a recomendação de venda para neutra, o que pode favorecer o retorno dos investidores estrangeiros. Aqui, as recentes quedas da bolsa afastaram ainda mais os pequenos investidores. Estes últimos provavelmente demorarão a retornar, e por razões óbvias. É uma pena, pois pensando no longo prazo, durante as crises mais agudas do mercado acionário, como a atual, é que temos as grandes oportunidades de investimentos – comprar ações de boas empresas em tempos de liquidação!
Bom, voltando ao retorno dos preços à média. No gráfico semanal do IBOV abaixo, podemos observar que sempre que os preços se aproximam do patamar inferior das Bandas de Bollinger (setas verdes), os mesmos tendem a buscar a média móvel de 21 períodos (linha vermelha). Portanto, muito em breve teremos um repique mais consistente do IBOV. Quando? Difícil precisar, possivelmente nas próximas semanas. Porém, uma reversão da tendência de baixa ainda está mais distante, pois é preciso gerar um “pivot de alta” no gráfico semanal – topos e fundos ascendentes – o que frequentemente leva várias semanas para acontecer. Por outro lado, é bom saber que o caminho continua livre para mais quedas, pois o próximo forte suporte é em 30.000 pontos: no mercado financeiro não existem certezas e sim probabilidades!

Apesar dos preços atrativos dos papéis brasileiros, acredito que os grandes investidores, que ditam o rumo da bolsa, estão esperando por sinais mais concretos (fundamentos) para aumentarem o apetite por ações nacionais que carregam mais riscos. Sendo assim, balanços mais positivos das empresas no segundo trimestre, a perspectiva de queda da inflação (o que já está acontecendo) e a menor interferência do Governo – ou até mesmo mudanças na equipe econômica – podem ser o gatilho dos bons tempos. Será? MJR


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