terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Dólar, a economia e a bolsa!



Outro dia comentei sobre o dólar e seus efeitos sobre a economia. Como o assunto continua palpitante em todos os jornais, vou acrescentar mais algumas ponderações para a sua reflexão:

1 – A alta do dólar favorece claramente as empresas exportadoras, pois estas têm receitas em dólar e despesas em reais. Assim, as empresas exportadoras de matérias-primas são as mais beneficiadas, como as de celulose, siderurgia e minério de ferro. Já o ramo de petróleo é a exceção à regra, em virtude das constantes intervenções do Governo Federal na Petrobrás. Por exemplo, a Petrobrás compra combustível no exterior mais caro e o revende mais barato no mercado interno, pois o preço é “tabelado” pelo Governo, o que é péssimo para o caixa e desempenho da companhia no curto e médio prazo.
2 – Outro benefício é que a alta do dólar deixa a Bolsa Brasileira mais barata e, consequentemente, mais atrativa para os estrangeiros. Desta forma, favorece ainda mais a recuperação da Bovespa.
3 – As empresas de consumo e varejo podem ter desempenho misto, algumas podem ganhar e outras perder. Depende muito do nicho de atuação destas companhias.
4 – Após a demora do Banco Central em atuar de maneira efetiva no mercado de câmbio, a última ação anunciada no dia de 22 de agosto (programa continuado de oferta diária da moeda estrangeira), finalmente surgiu efeito e o dólar perdeu importante suporte nesta semana (R$ 2,32), uma queda de mais de 5% em relação ao último topo em 21/08.
5 – Segundo alguns analistas, outra medida do Banco Central que poderia ser bastante efetiva é aumentar os compulsórios dos bancos (“dinheiro guardado no Banco Central”), o que provocaria escassez do real. Desta forma, os bancos seriam “obrigados” a vender suas reservas em moeda estrangeira, o que derrubaria ainda mais o dólar. Outro efeito benéfico desta medida neste momento da economia brasileira é a redução do crédito e, por conseguinte, alívio no processo inflacionário.
6 – Por último, devemos lembrar que uma eventual intervenção americana na Síria poderá afetar negativamente os mercados de ações. 

Após estes breves comentários, qual o cenário mais provável para o IBOV e o dólar até o fim do ano?
Bolsa – Após ultrapassar os 54 mil pontos, ontem e hoje, uma correção (queda) no curto prazo é provável e saudável – suportes em 52.000 e 49.400 pontos. Depois, o próximo o objetivo será superar a forte barreira em 57.000 pontos, o que não será fácil. Entretanto, acredito na superação deste patamar no médio prazo e quem sabe, buscarmos ainda este ano, os 63.000 e 69.000 pontos. Como o IBOV fechou 2012 em 60.952 pontos, assim poderíamos ter uma valorização no ano de até 15%. Já em relação ao fundo de julho de 2013 uma valorização expressiva de mais de 50%.
E o dólar? Como já comentado no dia 23 de agosto, acho que a recente tendência de baixa deverá permanecer no restante do ano, obviamente com algumas turbulências, por vezes pesadas.
Nunca é demais lembrar que no mercado financeiro não existem certezas e sim probabilidades. Todos os caminhos são possíveis!

Aguardemos os próximos capítulos.
MJR

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