Outro dia
comentei sobre o dólar e seus efeitos sobre a economia. Como o assunto continua
palpitante em todos os jornais, vou acrescentar mais algumas ponderações para a
sua reflexão:
1 – A alta do dólar favorece claramente as empresas exportadoras, pois estas têm receitas em dólar e despesas em reais. Assim, as empresas exportadoras de matérias-primas são as mais beneficiadas, como as de celulose, siderurgia e minério de ferro. Já o ramo de petróleo é a exceção à regra, em virtude das constantes intervenções do Governo Federal na Petrobrás. Por exemplo, a Petrobrás compra combustível no exterior mais caro e o revende mais barato no mercado interno, pois o preço é “tabelado” pelo Governo, o que é péssimo para o caixa e desempenho da companhia no curto e médio prazo.
2 – Outro
benefício é que a alta do dólar deixa a Bolsa Brasileira mais barata e,
consequentemente, mais atrativa para os estrangeiros. Desta forma, favorece ainda
mais a recuperação da Bovespa.
3 – As
empresas de consumo e varejo podem ter desempenho misto, algumas podem ganhar e
outras perder. Depende muito do nicho de atuação destas companhias.
4 – Após a
demora do Banco Central em atuar de maneira efetiva no mercado de câmbio, a
última ação anunciada no dia de 22 de agosto (programa continuado de oferta
diária da moeda estrangeira), finalmente surgiu efeito e o dólar perdeu
importante suporte nesta semana (R$ 2,32), uma queda de mais de 5% em relação
ao último topo em 21/08.
5 – Segundo
alguns analistas, outra medida do Banco Central que poderia ser bastante
efetiva é aumentar os compulsórios dos bancos (“dinheiro guardado no Banco
Central”), o que provocaria escassez do real. Desta forma, os bancos seriam
“obrigados” a vender suas reservas em moeda estrangeira, o que derrubaria ainda
mais o dólar. Outro efeito benéfico desta medida neste momento da economia
brasileira é a redução do crédito e, por conseguinte, alívio no processo
inflacionário.
6 – Por
último, devemos lembrar que uma eventual intervenção americana na Síria poderá
afetar negativamente os mercados de ações.
Após estes breves
comentários, qual o cenário mais provável para o IBOV e o dólar até o fim do
ano?
Bolsa – Após
ultrapassar os 54 mil pontos, ontem e hoje, uma correção (queda) no curto prazo
é provável e saudável – suportes em 52.000 e 49.400 pontos. Depois, o próximo o
objetivo será superar a forte barreira em 57.000 pontos, o que não será fácil.
Entretanto, acredito na superação deste patamar no médio prazo e quem sabe,
buscarmos ainda este ano, os 63.000 e 69.000 pontos. Como o IBOV fechou 2012 em
60.952 pontos, assim poderíamos ter uma valorização no ano de até 15%. Já em
relação ao fundo de julho de 2013 uma valorização expressiva de mais de 50%.
E o dólar? Como
já comentado no dia 23 de agosto, acho que a recente tendência de baixa deverá
permanecer no restante do ano, obviamente com algumas turbulências, por vezes
pesadas.
Nunca é
demais lembrar que no mercado financeiro não existem certezas e sim
probabilidades. Todos os caminhos são possíveis!
Aguardemos
os próximos capítulos.
MJR
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