domingo, 27 de outubro de 2013

O que esperar da Bolsa até o final de 2013?


Prever o futuro sempre é complicado; no mercado financeiro é ainda mais difícil. Mas, não tem jeito, temos que fazer as análises e julgar o caminho mais provável de cada ativo. Então vamos lá!
A Bovespa até agora no ano de 2013 teve um desempenho muito ruim, ainda com 10% de desvalorização em relação ao fechamento de 2012 (60.900 pontos – linha horizontal preta superior). Os primeiros seis meses foram péssimos: exatos seis meses consecutivos de queda, que derrubaram o índice Bovespa (IBOV) a patamares inferiores a 45 mil pontos, numa queda de quase 30%. Desde julho começamos uma recuperação, algo em torno de 25%, porém ainda insuficiente para recuperar todas as perdas. Outro fato interessante: várias bolsas mundiais, especialmente a dos EUA (DJI), tiveram um desempenho oposto, com altas seguidas e rompimento de topos históricos. Os motivos já foram comentados em outros artigos.

Voltando ao IBOV. Creio que teremos três caminhos possíveis para o IBOV. O primeiro é ficar oscilando entre 52 e 57 mil pontos, o que realmente pode ocorrer. O segundo, mais remoto, é perder os 52 mil pontos, o que não acredito. O terceiro, e mais provável, é o rompimento da fortíssima resistência em 57 mil pontos. Por que acredito que este é o caminho mais provável: existem razões fundamentalistas e técnicas, vejam:
1 – Parece que todo o pessimismo em relação à economia brasileira já foi precificado nos preços das ações. Aos poucos os investidores estão voltando, incluindo os estrangeiros.
2 – O crescimento do PIB este ano vai ficar em níveis aceitáveis, entre 2,5 e 3,0%. Não há nada que indique que no ano que vem teremos um desempenho pior.
3 – O Banco Central finalmente nos últimos meses resolveu combater a inflação com a elevação das taxas de juros (SELIC). As falácias e as macaquices do Planalto estão parcialmente controladas. 
4 – Ao que tudo indica o programa de estímulo da economia americana deverá continuar por algum tempo. Muitos economistas acham que é improvável uma mudança abrupta nas diretrizes do FED. Com isso o dólar americano tende a se desvalorizar frente ao real: o que de fato já ocorreu, com a ajuda do Banco Central.
5 – Muitas empresas apresentaram um bom desempenho em 2013 e o cenário parece ser sustentável. As empresas ruins aos poucos serão expurgadas do IBOV, como a OGX Petróleo.
6 – A sazonalidade do último trimestre do ano é favorável para o mercado de ações, pois é incomum um cenário de forte queda nesta época.
7 – Graficamente, tanto no diário, quanto no semanal, temos uma clara tendência de alta. Esta tendência somente será quebrada se perdermos o forte suporte em 52 mil pontos (linha horizontal vermelha). Em contrapartida, o ideal seria romper a resistência em 57 mil pontos o mais rápido possível, abrindo espaço para ganhos mais significativos, além de afastar do abismo dos 52 mil pontos.
8 – Algumas ações importantes do IBOV estão sinalizando que em breve poderão fazer um bom movimento de alta.

Desta forma, tenho uma visão bastante otimista para o IBOV, porém devemos estar atentos, pois o cenário ainda é de cautela. Se a minha previsão do rompimento dos 57 mil pontos estiver correta, até onde poderemos chegar? Pela análise técnica, após o rompimento de 57 mil pontos, teremos três objetivos principais: 60.900 (fechamento de 2012), 63.400 e 69.000 pontos.  Acredito que possivelmente fecharemos o ano de 2013, entre o primeiro e o segundo objetivo. Assim, poderemos ter um ganho de 10 a 20% nestes últimos 2 meses, mas ainda fecharemos o ano com um resultado pífio, menos de 10%, inferior à alguns produtos de renda fixa com baixo risco. Aliás, em breve, comentarei a oportunidade de investimentos em títulos do Tesouro Direto, que serão ótimas oportunidades de investimentos para os próximos anos, em virtude da elevação da taxa SELIC nos últimos meses. MJR

Abaixo o gráfico semanal do IBOV no último ano.



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