segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A Selic, a inflação e você!


Taxa Selic... Que coisa é essa? Infelizmente, a maioria da população brasileira não tem a mínima noção do que se trata. A taxa básica de juros de um país, Selic, aqui no Brasil, é determinada pelo Banco Central (BACEN) e rebalanceada em média a cada 45 dias. A importância dela é fenomenal. E é para todos os brasileiros, sem discriminação. Baseado nela, temos a correção das aplicações em poupança, fundos de investimentos referenciados em DI e títulos do Tesouro Direto, dentre outros. Basicamente, o rendimento de todos os investimentos está vinculado à Selic, de uma forma ou de outra. Por outro lado, o crédito bancário também é atrelado à Selic. Quanto mais elevada, maior será a taxa de juros que você paga no cartão de crédito, no cheque especial, no financiamento imobiliário, no financiamento de um carro ou num crédito pessoal. Desta forma, o crédito mais caro e escasso é um poderoso instrumento contra o persistente processo inflacionário. Quem viveu os tempos de hiperinflação sabe que a inflação é o pior dos “tributos”, especialmente para as classes mais humildes!
Na última semana o BACEN anunciou que a taxa voltou aos dois dígitos (10%), após quase dois anos, o que provocou a ira de alguns setores da economia, especialmente dos ruidosos sindicalistas. É bom lembrar que poucos meses atrás a taxa era de “apenas” 7,25%. Uma alta de quase 40% em menos de um ano. Atualmente temos a maior taxa real de juros, cerca de 4% (a taxa real de juros é obtida descontando da taxa nominal, hoje em 10%, a inflação, estimada em 6%; na China é de 3,1%, o segundo colocado no ranking).
Portanto, concordo que a taxa é alta, porém este amargo remédio se faz necessário. Na verdade, ele já deveria ter sido prescrito há mais tempo. O Governo Dilma, que é marcado por autoritarismo, populismo, negligência e ineficiência, com o pretexto de estimular um forte crescimento da economia e apoiado pelos estridentes “companheiros”, ordenou a queda da taxa de juros na “marra”, mesmo com os fortes indícios da escalada da inflação. Moral da estória: atualmente temos um crescimento pífio do PIB, uma inflação alta e resistente, um governo atônito, um Ministro da Economia soltando bravatas e mais bravatas, e agora a cereja do bolo, uma generosa taxa de juros; uma salva de palmas para a nossa “Presidenta” e seus fatídicos companheiros.
É óbvio que existem outros mecanismos de controle da inflação, porém o Governo Dilma insistiu em não tomar as medidas corretas. Os gastos públicos estão em patamares nunca vistos, nem o Super Lula conseguiu tal proeza. Mesmo com o constante aumento da arrecadação – o Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo – o superávit primário divulgado nesta semana teve o pior desempenho desde 2004. Para quem não se lembra, o superávit primário representa o saldo positivo das contas do Governo Federal, subtraindo da arrecadação, os gastos públicos; isso sem contar o pagamento dos juros da dívida. Este tipo de situação provoca uma desconfiança generalizada dos investidores, locais e estrangeiros, o que é péssimo para o crescimento do país, pois o retorno dos investimentos é imprescindível para a recuperação da cambaleante e desacreditada economia brasileira.
Assim, é preciso entender que não se baixa os juros no grito; é preciso que o Governo Federal tome medidas sérias e prolongadas, no intuito de preparar o terreno para tal situação. Países do Primeiro Mundo têm uma taxa básica de juros próxima a zero, e uma inflação controlada. A Alemanha é um grande exemplo. Como os alemães conseguem?... Fazendo o dever de casa. Gestão, eficiência, combate à corrupção e controle rigoroso dos gastos públicos. É bom lembrar que no último século, os alemães foram derrotados em duas guerras mundiais, e mesmo assim, se recuperaram e hoje representam o terceiro maior PIB do mundo. Que inveja!

Cansei do PT...


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