Poderia
responder em poucas palavras: não será um ano fácil para o investidor da bolsa.
As razões? Inúmeras... Estamos num transatlântico à deriva. Pior. Sabe quem é o
capitão? Não, não é o Schettino do Costa Concórdia que naufragou na costa
italiana em 2012. Muito pior. É ele mesmo, o profeta: Guido.
O ano de 2013 foi um desastre para o pequeno investidor no mercado de ações. Até agora, cerca de 20% de prejuízo, sem contar o custo de oportunidade. Até mesmo para os investidores profissionais, o ano não foi fácil. As curtas tendências dos ativos eram interrompidas bruscamente. O descolamento da bolsa brasileira em relação às principais bolsas internacionais foi outro agravante perturbador. Antes, quando lá subia, aqui seguíamos. Quando lá caía, o nosso rumo era o mesmo. Este ano foi um descompasso total. Enquanto o índice Dow Jones subiu mais de 20% este ano, aqui despencamos o mesmo montante. O ano de 2013 foi desafiador e complexo...
Os problemas que afetaram a Bovespa em 2013 continuam em pauta e são os mesmos já comentados: inflação persistente, crescimento pífio do PIB, carga tributária excessiva, aumento abusivo dos gastos públicos, queda nos investimentos, intervenções constantes do Governo no setor privado e, o mais grave, a total perda de confiança por parte dos investidores em relação ao Governo Federal. O atual Governo conseguiu destruir em poucos anos o longo trabalho iniciado há 20 anos, com a criação do Plano Real.
Para
apimentar ainda mais o cenário nebuloso, no próximo ano teremos a redução dos
estímulos da economia americana por parte do Federal Reserve e um grande fator agravante: 2014 é um ano
eleitoral. A volatilidade no mercado de renda variável deverá ser fenomenal. Assim,
para quem não gosta de turbulências e é mais conservador, o melhor mesmo é
ficar de fora. Sugestão: faça a migração de seus investimentos para os títulos
do Tesouro Direto, pois eles terão um bom desempenho nos próximos anos,
especialmente as Notas do Tesouro Nacional Série B e as Letras do Tesouro Nacional. Para quem tiver estômago e
conhecimento, acredito que teremos boas oportunidades pontuais no mercado de
ações, sempre explorando a volatilidade do mercado, haja vista que a
possibilidade de um cenário direcional consistente é remota. Outra
possibilidade é uma criteriosa seleção de ativos. Todavia...
Três fatores
poderiam desencadear o retorno dos investidores e, por conseguinte, um forte
movimento de compra das ações brasileiras:
1 = Uma
drástica mudança de postura do Governo Federal, corrigindo os erros e,
principalmente, promovendo a troca da equipe econômica. O mercado já sinalizou
que com o Profeta não tem mais conversa. Basta! Contudo, acho muito difícil que
a “Presidenta” tome esta decisão.
2 = Uma
melhora significativa e sustentável dos indicadores econômicos. O que também
não é provável no curto prazo.
3 = Por
último, uma eventual vitória da oposição no pleito presidencial poderia animar
o mercado e renovar as esperanças dos investidores. Porém, este talvez seja o
acontecimento mais improvável, pois a chance da oposição ganhar é quase nula.
Aliás, cadê a oposição neste país? ... Por incrível que pareça, as pesquisas continuam
indicando que a “Presidenta” deverá ganhar facilmente. O povo merece seus
mandatários. Vivemos numa democracia de pão e circo, ou melhor, Bolsa Família e
Copa. Apenas uma verdadeira revolução educacional poderia mudar esta triste
realidade.
Desta forma, o prognóstico para a economia brasileira em 2014 é sombrio (espero estar errado!). O duro é lembrar que, se o Governo Federal tivesse feito o dever de casa, poderíamos estar numa situação muito melhor, surfando numa bela onda do desenvolvimento, o que seria bom para todos os brasileiros, sem exceção!
Aproveito a
ocasião para desejar a todos um Feliz Natal, além de muita paciência e
sabedoria para enfrentar o difícil ano vindouro para o mercado de ações.
No próximo post escreverei sobre a perspectiva
gráfica para 2014.
Boas festas.
Tintim!
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