domingo, 16 de novembro de 2014

Dilma, xeque-mate!



A situação político-econômica do Brasil é calamitosa. A Presidente está diante de um “xeque-mate” quase irreversível: fogo amigo dos aliados no Congresso Nacional e dentro do próprio Governo Federal, oposição inflada pelos 51 milhões de votos, inflação em 6,5%, PIB abaixo de 0,3%, dólar a 2,60 reais, déficit primário nas contas públicas, queda na arrecadação de impostos federais, desindustrialização, criação de empregos em baixa e protestos em ebulição no Estado mais rico do país. E o pior: nenhuma perspectiva de melhora destes sinais para 2015. Tudo isso já complicava a vida da Presidente eleita, entretanto, agora temos um combustível extra: os desdobramentos da operação Lava Jato da Polícia Federal. A operação parece que veio com tudo para desmascarar o maior esquema de corrupção do país. Vai sobrar para muita gente importante. A prisão de executivos de primeira linha na última sexta-feira é o prenúncio de que muitos políticos importantes do Planalto e do Congresso Nacional devem estar envolvidos na sangria da maior empresa brasileira, a Petrobrás: aguardemos os próximos passos da Polícia Federal.

Para ganhar tempo e confiança, a Presidente Dilma tem apenas uma jogada a fazer. Talvez a última, antes de um xeque-mate, irreversível. Nomear com urgência uma equipe econômica que transmita confiança imediata ao mercado financeiro, aos empresários e à população produtiva deste país. Não há outro caminho. A demora em anunciar a equipe econômica somente agravará a situação caótica do Brasil e a da própria Presidente. Até os aliados mais próximos já estão incomodados com a situação, incluindo o Ex-Presidente Lula. A nomeação de um nome fraco para a Fazenda pode ser o estopim para uma crise institucional poucas vezes vista neste país. A última foi no começo da década de 90, e deu no que deu. A decisão está nas mãos da Presidente: controlar o fogo, mesmo que temporariamente, ou colocar mais lenha na fogueira. Qual será a decisão da Presidente? Reconhecer o fracasso da atual matriz econômica e corrigir os erros, ou persistir na teimosia?

MJR

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