terça-feira, 15 de setembro de 2015

Zeina Latif



Aprendendo com os mais brilhantes e experientes...

Hoje no almoço, 15/09, participei de uma breve palestra proferida pela Economista Chefe da XP investimentos, Zeina Latif, promovida pela Centronorte Investimentos, Goiânia, Goiás. Foram pouco mais de 40 minutos, mas o suficiente para uma brilhante exposição sobre macroeconomia. Veja alguns tópicos abordados por ela:

1 – O ajuste anunciado ontem foi muito tímido, apesar de estar na direção correta. Segundo ela o Brasil precisa de medidas muito mais severas do ponto de vista estrutural. “Precisamos de um país menos paternalista e menos intervencionista”.

2 – Para ela, o ajuste deveria ser muito mais amplo. Cortar definitivamente os benefícios fiscais e os subsídios de todos os setores (não estamos falando em programas sociais). Uma tarefa impopular mas necessária. A reforma da previdência é a principal missão. Nos moldes atuais o país não aguentará muito tempo.

3 – Zeina acha que dificilmente seguiremos os passos da Argentina. Os motivos? As instituições brasileiras sólidas e a presença do PMDB (Governo e Congresso Nacional): medidas populistas e deletérias para o país seriam prontamente barradas. Outro fator importante: a sociedade não aceitaria. Os “movimentos de rua” já mostraram isto!

4 – Indústria. A notícia mais triste: nos últimos anos, em virtude da política econômica heterodoxa (e fracassada), houve um crescimento do hiato entre a produção industrial e o consumo da população. Moral da história: inflação alta e persistente. Pior. A competitividade da indústria nacional foi reduzida a pó: salários em alta, produtividade em baixa e câmbio desfavorável por um longo período... Por outro lado, os efeitos positivos da recente correção do dólar sobre as exportações são tardios, exceto para as grandes empresas exportadoras.

5 – Inflação. Recuará em 2016 pela menor pressão dos preços represados, mas ainda ficará acima da meta.

6 – Solução para a crise? Ajuste. Ajuste. Ajuste. É preciso controlar as contas públicas urgentemente. O resto é paliativo. A política econômica fracassada do primeiro mandato da Dilma (leia-se Guido) está esgotada. O ajuste fiscal é fundamental para no futuro o BC reduzir a taxa básica de juros e estimular a economia.

7 – Um ponto muito importante (que sempre é a desculpa do PT). O mundo não está em crise. O PIB mundial dos últimos anos ficou acima de 3%. É verdade que houve uma desaceleração, mas condicionar a nossa recessão a uma suposta crise mundial é uma falácia.

8 – A perda do grau de investimento foi muito ruim. Péssimo. Afetará diretamente o país, as empresas e os novos investimentos.

É provável que eu não tenha comentado tudo, mas acredito que os pontos principais foram elencados. Resumindo, a nossa situação está caótica e sem perspectivas no curto prazo!

por MJR

Nenhum comentário:

Postar um comentário