Aprendendo com os
mais brilhantes e experientes...
Hoje no almoço, 15/09, participei de uma breve palestra proferida
pela Economista Chefe da XP investimentos, Zeina
Latif, promovida pela Centronorte Investimentos, Goiânia, Goiás. Foram pouco mais
de 40 minutos, mas o suficiente para uma brilhante exposição sobre macroeconomia.
Veja alguns tópicos abordados por ela:
1 – O ajuste anunciado ontem foi muito tímido, apesar de estar
na direção correta. Segundo ela o Brasil precisa de medidas muito mais severas
do ponto de vista estrutural. “Precisamos de um país menos paternalista e menos
intervencionista”.
2 – Para ela, o ajuste deveria ser muito mais amplo. Cortar definitivamente
os benefícios fiscais e os subsídios de todos os setores (não estamos falando em programas sociais). Uma tarefa impopular mas necessária. A reforma
da previdência é a principal missão. Nos moldes atuais o país não aguentará muito
tempo.
3 – Zeina acha que dificilmente seguiremos os passos da Argentina.
Os motivos? As instituições brasileiras sólidas e a presença do PMDB (Governo e
Congresso Nacional): medidas populistas e deletérias para o país seriam prontamente
barradas. Outro fator importante: a sociedade não aceitaria. Os “movimentos de
rua” já mostraram isto!
4 – Indústria. A notícia mais triste: nos últimos anos, em
virtude da política econômica heterodoxa (e fracassada), houve um crescimento
do hiato entre a produção industrial e o consumo da população. Moral da
história: inflação alta e persistente. Pior. A competitividade da indústria
nacional foi reduzida a pó: salários em alta, produtividade em baixa e câmbio
desfavorável por um longo período... Por outro lado, os efeitos positivos da recente
correção do dólar sobre as exportações são tardios, exceto para as grandes
empresas exportadoras.
5 – Inflação. Recuará em 2016 pela menor pressão dos preços
represados, mas ainda ficará acima da meta.
6 – Solução para a crise? Ajuste. Ajuste. Ajuste. É preciso
controlar as contas públicas urgentemente. O resto é paliativo. A política econômica
fracassada do primeiro mandato da Dilma (leia-se Guido) está esgotada. O ajuste
fiscal é fundamental para no futuro o BC reduzir a taxa básica de juros e
estimular a economia.
7 – Um ponto muito importante (que sempre é a desculpa do
PT). O mundo não está em crise. O PIB mundial dos últimos anos ficou acima de
3%. É verdade que houve uma desaceleração, mas condicionar a nossa recessão a uma
suposta crise mundial é uma falácia.
8 – A perda do grau de investimento foi muito ruim. Péssimo.
Afetará diretamente o país, as empresas e os novos investimentos.
É provável que eu não tenha comentado tudo, mas acredito que
os pontos principais foram elencados. Resumindo, a nossa situação está caótica e sem perspectivas no curto prazo!
por MJR
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