Ontem foi
divulgada a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) do
Banco do Central do Brasil (BACEN). Se você tiver interesse sobre o assunto, vale
a pena lê-la por inteiro, caso contrário, veja aqui os principais destaques da
primeira reunião do novo presidente:
1 – Eficiência. A comunicação pública ao
mercado da manutenção da Taxa Selic em 14,25% no dia 20/07 foi feita antes do horário
habitual, pouco depois das seis da tarde. A ata que sempre era publicada na
quinta-feira subsequente foi antecipada para a terça. Isto por si só mostra
firmeza e transparência. Um banco central precisa transmitir confiança ao
mercado, haja vista que um simples comunicado equivocado pode afetar drasticamente
os ativos no curto prazo.
2 – Rigor. A nova gestão comandada por Ilan Goldfajn mostrou que não está pra
brincadeiras. Discurso duro em relação ao processo inflacionário. O objetivo principal
da equipe é trazer a inflação de volta para o centro da meta (4,5%), já em
2017. Atitude muito destoante em relação ao comando anterior do BACEN que “permitia”
o avanço da inflação em detrimento de interesses políticos. Sempre é bom
lembrar que a inflação é considerada por muitos, o “pior tributo” de todos,
pois atinge a população de maneira sorrateira e mascarada, afetando diretamente
o poder de compra, especialmente dos mais pobres.
3 – Política fiscal. Após a leitura da ata fica
muito claro que para os membros do COPOM, a implantação e a eficiência do ajuste
fiscal proposto pela nova equipe econômica será peça fundamental para que no
futuro o BACEN possa baixar os juros básicos de maneira consistente e não
errática. A aprovação no Congresso da PEC do teto dos gastos públicos é o primeiro
passo. Assim, no futuro, com a inflação controlada e os gastos públicos também,
a queda dos juros básicos será natural, o que sempre é muito bom para o país (reduz
o custo da dívida pública) e para o crescimento econômico, o que gera mais empregos,
maior renda e bem-estar da população.
4 – Taxa Selic. Posto isto, ficou óbvio que a queda de juros será postergada momentaneamente. O cenário atual não
permite a redução imediata da taxa básica de juros. Talvez aconteça no último
trimestre deste ano. Talvez!
5 – Juros Futuros. Desta forma, no dia hoje
e ontem, observamos uma pequena elevação dos juros futuros de curto prazo
(especialmente no dia de ontem) e uma queda dos juros nos títulos de longo
prazo.
O impacto
sobre os títulos do Tesouro Direto comento no próximo post. Até lá!
MJR
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