domingo, 17 de julho de 2016

Retrospectiva do primeiro semestre: a política, a economia e os investimentos.



Muita coisa mudou em 2016. Estamos saindo de um buraco sem fundo que o governo do PT não parava de cavar. Não havia esperança, tudo piorava. Atualmente já enxergamos uma pequena luz no fim do túnel. Veja o resumo dos últimos tumultuados seis meses.

Janeiro – O clímax do pessimismo

Vivíamos uma situação desoladora e sem perspectivas de mudança. Cenário externo preocupante e bolsas mundiais em forte queda. O impeachment era improvável após a decisão do Supremo Tribunal Federal em mudar o rito do processo. O clima político era horroroso. A presidente estava atônita, isolada e perdida, numa disputa sem fim com o presidente da Câmara.

A perspectiva do PIB para 2016 era queda de 4%. Dólar negociado a 4,20 reais. Juros Futuros em quase 17%. Bolsa na lona, 37 mil pontos. Taxa de desemprego em mais de 10%. O presidente do Banco Central (BC), sem saber o que fazer, gerava mais incertezas sobre a taxa Selic. Que fase!

Fevereiro – O começo da esperança

As prisões do marqueteiro da Dilma e da “dona Xepa” foram o estopim para o impeachment ganhar força. A operação Lava Jato estava a todo vapor. Todos os indicadores econômicos começaram a melhorar, mesmo que timidamente.

Março – O impulso das manifestações populares

A maciça manifestação popular a favor do impeachment no dia 13 de março e o avanço da operação Lava Jato sobre o ex-presidente Lula impulsionaram fortemente o mercado financeiro. Bolsa em alta exponencial e dólar em queda. Os juros futuros acompanharam o otimismo e caíram significativamente.

Abril – O impeachment na câmara

17 de abril. O Brasil parou para acompanhar a votação do impeachment. Uma derrota significativa para a presidente: 367 votos a favor, muito acima dos 342 necessários... Um governo que tem pífio apoio no congresso (menos de 1/3 dos deputados) e menos de 10% de aprovação popular não tem condições mínimas de governabilidade. Chegara ao fim. Mas ainda faltava o processo no senado e o afastamento temporário da presidente.

Maio – A posse de Temer e a ressaca do Mercado

14 de maio. Fim da era PT, após 13 anos e alguns meses no comando do país. Ponto final no desastroso governo Dilma, uma gestão que não deixará saudades. E como o mercado reagiu após a posse de Temer? Com muita ressaca. As incertezas eram muitas. O otimismo tinha sido exagerado? Talvez. Mas o mais importante, o mercado queria ver e ouvir as primeiras medidas. Queria algo concreto. Mas os dias que sucederam a posse foram turbulentos: denúncias, queda de ministros, etc. O pensamento era só um. Será que o Temer cairia e a presidente voltaria rapidamente? O mercado corrigiu!

Junho – O otimismo no Mercado ganha força e o governo Temer também
Sinalizações dúbias do presidente interino Temer sobre o ajuste fiscal foram colocadas de lado. A força da equipe econômica foi marcante. O novo presidente do BC foi taxativo em comunicar que fará de tudo para trazer a inflação para a meta de 4,5% em 2017. Na prática, até agora, pouca coisa mudou, mas algo de muito importante ganhou força: a confiança voltou! O governo Temer e, principalmente sua equipe econômica, transbordou confiança e esperança aos investidores, empresários e à população. É verdade que as reformas principais ficaram para depois do encerramento do processo de impeachment no senado. Até lá, o presidente Temer não tem o poder de bancar as duras reformas necessárias. Mas elas virão, tenho total convicção. O Brasil clama por elas.

Assim, após este breve resumo, seguem os principais indicadores econômicos:

Juros Futuros: cerca de 12%, muito abaixo dos 14,5% da taxa de juros à vista, Selic, o que mostra grande  otimismo do mercado com a condução política econômica e a nova gestão do BC.

Dólar a 3,25. Queda de mais de 20% em relação a janeiro. Bom para o controle da inflação. Bom para as empresas que detém dívidas em moeda estrangeira. Bom para os turistas com férias no exterior. Contudo, ruim para a exportação, mas o avanço do dólar últimos anos compensou esta queda de 2016, haja vista que a balança comercial em 2016 está “bombando”, com superávit significativo. O dólar poderia inclusive ter caído mais, se não fossem as intervenções do BC.

Bovespa com alta expressiva. Atingimos na primeira quinzena de julho a máxima do ano: 55 mil pontos. Há quem diga, e é verdade, que a bolsa caminha 6 meses ou mais à frente da economia real: um prenúncio de bons tempos para 2017!

Na economia real já observamos os primeiros sinais de melhora, ou pelo menos paramos de piorar. O fundo do poço chegou. O seguro para investimentos no Brasil, o chamado CDS, despencou nos últimos seis meses. O que isto significa? Que as empresas captam recursos mais baratos no exterior. Várias empresas, dentre elas a Petrobrás, conseguiram alongar suas dívidas para prazos mais longos e a juros menores. Excepcional! O que não faz uma boa equipe econômica. E o mais importante de tudo: após vários anos voltamos a ter governo, voltamos a ter esperança, voltamos a sonhar.


Todavia, existe um “porém”, não dois. Para tudo isto ser confirmado é preciso afastar definitivamente o PT do governo. O governo Temer precisa deixar a interinidade. Em agosto teremos o dia D. Segundo, e tão importante quanto o primeiro. O governo Temer precisa aprovar as reformas necessárias, especialmente a previdenciária, e acentuar o ajuste fiscal. A eleição do deputado Rodrigo Maia e o afastamento de Cunha devem facilitar a vida do governo. Se estas duas premissas ocorrerem poderemos ter um boom na economia nos próximos anos. Será muito bom para todos. Crescer forte após três anos de recessão não é uma tarefa tão difícil. Basta que todos façam a sua parte e colaborem. 

MJR


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