Passado o
processo de impeachment (se o STF não complicar) quais são os drivers
para seus investimentos. Dentre os vários fatores existentes, julgo cinco os mais
relevantes, veja:
1 – Juros americanos: a elevação dos juros americanos que
ocorrerá em breve, setembro ou dezembro de 2016, poderá frear o ímpeto das
bolsas mundiais, incluindo a Bovespa. Pessoalmente, acho que uma pequena
elevação dos juros (0,25%) terá pouco efeito por aqui. Mas não dá para ter
certeza. Outra consequência imediata é alta do dólar frente às outras divisas,
incluindo o real.
2 – Petróleo: atualmente o barril de petróleo (Brent)
está cotado a 48 dólares. Muito acima do piso de janeiro em 27 dólares e bem
abaixo dos 110 em 2014. Vários acordos internacionais buscam reduzir a produção
mundial e com isso promover a alta do petróleo. Se o petróleo superar a forte
resistência dos 50 dólares, ele buscará naturalmente os 60 dólares no curto
prazo. Petróleo em alta, bolsas em alta. Simples assim!
3 – Correção das bolsas mundiais: o S&P500, o mais importante índice de ações do mundo, e que dita
o rumo das outras bolsas mundiais, está junto das máximas históricas. Muitos
analistas acreditam que uma forte correção pode está próxima. Se isto realmente
acontecer, o índice americano levará o IBOV junto.
4 – Ajuste fiscal: a partir de agora, o governo Temer
precisa fazer muito mais. A lua de mel do mercado com o governo acabará em
breve. Chega de falácias e de boas intenções. Os investidores e empresários querem
propostas efetivas para o controle das contas públicas. Se as reformas não
saírem do papel, o Brasil não sai da crise. O Brasil é inviável no longo prazo
sem o ajuste fiscal: a dívida do setor público é insustentável. Por outro lado,
a aprovação das medidas no congresso fortalecerão os ativos de renda variável.
Com isso poderemos ter um grande fluxo de dólares para o país, impulsionando o
IBOV e derrubando a cotação da moeda americana. Sempre é bom lembrar que a
queda no dólar ajuda no controle da inflação.
5 – Taxa Selic: a última reunião do Copom apontou
timidamente que o início de um ciclo de queda na taxa de juros pode está
próximo. A inflação já mostra algum grau de enfraquecimento. Contudo, o Banco
Central deixou bem claro que o ajuste fiscal precisa ser efetivado para que a
queda da Taxa Selic seja sustentável. Outro possível problema: a alta de juros
no EUA. Qual seria o impacto sobre a nossa economia? Mesmo assim, acho que a
Selic começará a cair ainda neste ano.
Posto isto, onde investir?
1 – Bolsa: aumente sua posição gradualmente visando
o longo prazo. O viés é positivo e a combinação dos fatores acima citados deve favorecer
o desempenho da bolsa brasileira. Faça aplicações aos poucos, mensais, aproveitando
o sobe e desce do mercado, e seja sócio apenas das boas empresas. Compre as
ações nos momentos de queda!
2 – Dólar: não vejo muito espaço para uma apreciação
significativa da moeda americana. Por outro lado, um grande fluxo de entrada de
capital estrangeiro poderá derrubar a cotação do dólar. Sugiro manter comprado apenas
uma parte de seu capital com o intuito de proteção (hedge), talvez 10%.
3- Títulos prefixados: venho comentando há muito tempo para
a compra de títulos prefixados. Chegou a hora de aumentar ainda mais a posição nestes
papéis (LTN 2023) ou naqueles vinculados à inflação com vencimento mais
longínquo (NTN-B 2035), haja vista que a taxa Selic provavelmente começará a
cair em breve. Assim, mantenha aplicado nos títulos pós-fixados
somente aquela quantia destinada ao curto prazo.
MJR
Nenhum comentário:
Postar um comentário