sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Investimentos no pós-impeachment



Passado o processo de impeachment (se o STF não complicar) quais são os drivers para seus investimentos. Dentre os vários fatores existentes, julgo cinco os mais relevantes, veja:

1 – Juros americanos: a elevação dos juros americanos que ocorrerá em breve, setembro ou dezembro de 2016, poderá frear o ímpeto das bolsas mundiais, incluindo a Bovespa. Pessoalmente, acho que uma pequena elevação dos juros (0,25%) terá pouco efeito por aqui. Mas não dá para ter certeza. Outra consequência imediata é alta do dólar frente às outras divisas, incluindo o real.

2 – Petróleo: atualmente o barril de petróleo (Brent) está cotado a 48 dólares. Muito acima do piso de janeiro em 27 dólares e bem abaixo dos 110 em 2014. Vários acordos internacionais buscam reduzir a produção mundial e com isso promover a alta do petróleo. Se o petróleo superar a forte resistência dos 50 dólares, ele buscará naturalmente os 60 dólares no curto prazo. Petróleo em alta, bolsas em alta. Simples assim!

3 – Correção das bolsas mundiais: o S&P500, o mais importante índice de ações do mundo, e que dita o rumo das outras bolsas mundiais, está junto das máximas históricas. Muitos analistas acreditam que uma forte correção pode está próxima. Se isto realmente acontecer, o índice americano levará o IBOV junto.

4 – Ajuste fiscal: a partir de agora, o governo Temer precisa fazer muito mais. A lua de mel do mercado com o governo acabará em breve. Chega de falácias e de boas intenções. Os investidores e empresários querem propostas efetivas para o controle das contas públicas. Se as reformas não saírem do papel, o Brasil não sai da crise. O Brasil é inviável no longo prazo sem o ajuste fiscal: a dívida do setor público é insustentável. Por outro lado, a aprovação das medidas no congresso fortalecerão os ativos de renda variável. Com isso poderemos ter um grande fluxo de dólares para o país, impulsionando o IBOV e derrubando a cotação da moeda americana. Sempre é bom lembrar que a queda no dólar ajuda no controle da inflação.

5 – Taxa Selic: a última reunião do Copom apontou timidamente que o início de um ciclo de queda na taxa de juros pode está próximo. A inflação já mostra algum grau de enfraquecimento. Contudo, o Banco Central deixou bem claro que o ajuste fiscal precisa ser efetivado para que a queda da Taxa Selic seja sustentável. Outro possível problema: a alta de juros no EUA. Qual seria o impacto sobre a nossa economia? Mesmo assim, acho que a Selic começará a cair ainda neste ano.

Posto isto, onde investir?

1 – Bolsa: aumente sua posição gradualmente visando o longo prazo. O viés é positivo e a combinação dos fatores acima citados deve favorecer o desempenho da bolsa brasileira. Faça aplicações aos poucos, mensais, aproveitando o sobe e desce do mercado, e seja sócio apenas das boas empresas. Compre as ações nos momentos de queda!

2 – Dólar: não vejo muito espaço para uma apreciação significativa da moeda americana. Por outro lado, um grande fluxo de entrada de capital estrangeiro poderá derrubar a cotação do dólar. Sugiro manter comprado apenas uma parte de seu capital com o intuito de proteção (hedge), talvez 10%.

3- Títulos prefixados: venho comentando há muito tempo para a compra de títulos prefixados. Chegou a hora de aumentar ainda mais a posição nestes papéis (LTN 2023) ou naqueles vinculados à inflação com vencimento mais longínquo (NTN-B 2035), haja vista que a taxa Selic provavelmente começará a cair em breve. Assim, mantenha aplicado nos títulos pós-fixados somente aquela quantia destinada ao curto prazo.

MJR


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