domingo, 20 de novembro de 2016

Trump: a histeria do mercado e as oportunidades de investimentos



É muito interessante como o mercado financeiro reage a alguns fatos. Por vezes reage timidamente, por outras exagera na dose: uma personalidade tipicamente maníaco-depressiva. Um insano.

Quase ninguém esperava a vitória de Donald Trump, mas as chances dele, antes do pleito, não eram desprezíveis: 20 a 30%, no mínimo. Assim, apesar da surpresa, era uma hipótese plausível e que deveria estar parcialmente precificada nos vários ativos.

A eleição de Trump poderá mudar muita coisa no mundo, seja na esfera política ou econômica. É provável também que no futuro possamos sentir algum efeito no Brasil, bom ou ruim, ainda não sabemos. Contudo, um fato é certo: de imediato o resultado da eleição americana tem pouquíssimo efeito por aqui. O nosso calvário tem causas internas: o descontrole fiscal do lulopetismo, a corrupção generalizada e as incertezas políticas dos últimos anos. Somente sairemos da crise, se as medidas do ajuste fiscal forem executadas integralmente. A PEC 241 é apenas o começo. Caso contrário, a situação financeira atual do Estado do Rio de Janeiro poderá se alastrar pelo Brasil... Por enquanto, esqueçamos as bravatas ultranacionalistas de Trump.

Desde o dia 9 de novembro, os juros futuros (DI) subiram de 11,20 para 12,20% ao ano (100 pontos-base em menos de duas semanas), o dólar futuro disparou de 3,20 para 3,40 reais e a bolsa brasileira despencou quase 8%. Uma reação extremamente exagerada e, do meu ponto de vista, sem sustentação no médio prazo. Assim, o mercado criou uma bela janela de oportunidade para os investidores de longo prazo: comprar bons ativos a preços ainda mais camaradas.

Várias ações na Bovespa e o próprio índice estavam extremamente esticados – sobrecomprados. Eles precisavam de uma correção saudável. E ela veio. Pode cair mais? Claro que sim. Ninguém pode garantir que não. Mas uma coisa é certa: a assimetria atual é muito positiva para os investidores de longo prazo. Pouco espaço para quedas acentuadas e um enorme caminho para novas altas.

Esta premissa também é válida para os títulos prefixados e indexados à inflação do Tesouro Direto. A recente disparada dos juros é insustentável. A inflação está em franca desaceleração e, por conseguinte, a Selic continuará caindo. Talvez o ritmo de queda possa ser mais lento após a eleição de Trump, mas o ciclo de redução da Selic continuará, inexoravelmente. Já para a cotação do dólar, por enquanto, o melhor é aguardar. O cenário ainda é muito incerto.

Não perca a oportunidade de aumentar suas posições em renda variável: bolsa e juros prefixados. Um verdadeiro presente de Natal.

MJR


** no próximo post vou comentar sobre a situação do IBOV, do ponto de vista da análise técnica. 

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