É muito interessante
como o mercado financeiro reage a alguns fatos. Por vezes reage timidamente, por
outras exagera na dose: uma personalidade tipicamente maníaco-depressiva. Um
insano.
Quase ninguém
esperava a vitória de Donald Trump, mas as chances dele, antes do pleito, não eram
desprezíveis: 20 a 30%, no mínimo. Assim, apesar da surpresa, era uma hipótese
plausível e que deveria estar parcialmente precificada nos vários ativos.
A eleição de
Trump poderá mudar muita coisa no mundo, seja na esfera política ou econômica. É
provável também que no futuro possamos sentir algum efeito no Brasil, bom ou
ruim, ainda não sabemos. Contudo, um fato é certo: de imediato o resultado da
eleição americana tem pouquíssimo efeito por aqui. O nosso calvário tem causas
internas: o descontrole fiscal do lulopetismo,
a corrupção generalizada e as incertezas políticas dos últimos anos. Somente
sairemos da crise, se as medidas do ajuste fiscal forem executadas
integralmente. A PEC 241 é apenas o começo. Caso contrário, a situação financeira
atual do Estado do Rio de Janeiro poderá se alastrar pelo Brasil... Por
enquanto, esqueçamos as bravatas ultranacionalistas de Trump.
Desde o dia
9 de novembro, os juros futuros (DI) subiram de 11,20 para 12,20% ao ano (100
pontos-base em menos de duas semanas), o dólar futuro disparou de 3,20 para
3,40 reais e a bolsa brasileira despencou quase 8%. Uma reação extremamente
exagerada e, do meu ponto de vista, sem sustentação no médio prazo. Assim, o mercado criou uma bela janela de oportunidade
para os investidores de longo prazo: comprar bons ativos a preços ainda mais
camaradas.
Várias ações
na Bovespa e o próprio índice estavam extremamente esticados – sobrecomprados.
Eles precisavam de uma correção saudável. E ela veio. Pode cair mais? Claro que
sim. Ninguém pode garantir que não. Mas uma coisa é certa: a assimetria atual é muito positiva para os investidores de longo prazo.
Pouco espaço para quedas acentuadas e um enorme caminho para novas altas.
Esta
premissa também é válida para os títulos prefixados e indexados à inflação do
Tesouro Direto. A recente disparada dos juros é insustentável. A inflação está em
franca desaceleração e, por conseguinte, a Selic continuará caindo. Talvez o
ritmo de queda possa ser mais lento após a eleição de Trump, mas o ciclo de redução
da Selic continuará, inexoravelmente. Já para a cotação do dólar, por enquanto,
o melhor é aguardar. O cenário ainda é muito incerto.
Não perca a oportunidade
de aumentar suas posições em renda variável: bolsa e juros prefixados. Um
verdadeiro presente de Natal.
MJR
** no próximo post vou comentar sobre a situação do IBOV, do ponto de vista da análise técnica.
MJR
** no próximo post vou comentar sobre a situação do IBOV, do ponto de vista da análise técnica.
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