Que fase a
nossa. O cenário atual mostrava sinais claros de melhora da economia brasileira
após 24 meses de recessão. Os resultados das empresas vieram acima do esperado
no primeiro trimestre de 2017. A inflação está controlada, abaixo da meta.
Juros em queda livre. Geração de empregos em abril. As reformas estavam próximas
da aprovação, o que impulsionaria de vez a retomada da economia. Mas...
Eis que, de
novo, a praga da corrupção tomou conta
da agenda brasileira. A delação premiada do presidente da JBS detonou o Governo
Temer e aliados. Não tem volta. Este governo acabou.
Temer tinha
pouco apoio da população. Agora perdeu o apoio político e a simpatia do mercado
financeiro. Game over! Temer poderia tomar uma atitude de grandeza e renunciar
ao mandato. Seria um gesto único numa classe política perdida. O que impede essa
decisão é o desvirtuado “foro privilegiado”, uma aberração da nossa lei.
Ninguém quer parar em Curitiba.
Se ele tomasse
esta decisão, e de preferência o mais breve possível, o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia, assumiria o cargo temporariamente por 30 dias e convocaria eleições
indiretas no Congresso Nacional, como reza a Constituição. Não haverá eleições diretas.
Esqueçam. A constituição é muito clara. Não há como alterar a carta magna em
meio ao caos político que vivemos.
O ideal é
que seja eleito um presidente de alta credibilidade, que agrade a maior parte
da população e que esteja totalmente fora da mira da Lavajato. Carmen Lúcia e
FHC são bons nomes, dentre outros. O importante é manter a governabilidade nos próximos
18 meses até as eleições de 2018 e dar andamento as reformas que o Brasil
precisa. Caso contrário o país vai parar de novo e continuaremos afogados na
recessão.
Outra saída possível
seria a cassação da chapa Dilma-Temer, julgamento que deve acontecer no dia 6
de junho. Mais uma chance de colocar fim nessa triste história.
Se Temer optar
por ficar, será uma sangria lenta, muito lenta. Ruim para todos.
Votei no
Aécio. Apoiei o impeachment da Dilma e tenho convicção que Temer fez um bom
governo. Mas acabou. Não há argumento contra os últimos acontecimentos. Não há desculpas.
Desejo que todos os envolvidos sejam expurgados do Governo e que sejam julgados
pela justiça.
E os investimentos
o que fazer? Foi um
duro golpe na última quinta-feira. Mesmo com alguns mecanismos de proteção,
houve uma queda importante nos ativos: ações e títulos do Tesouro Direto (TD). Quase
todos foram pegos de surpresa. O mercado estava em alta marcante. A maioria dos
investidores estava fortemente comprada. Quase todos perderam, e muito.
Eu,
particularmente, na quinta-feira negra não fiz nada, mas a partir da última sexta-feira
comecei a me proteger. Essa situação política não será resolvida rapidamente e
a volatilidade será monstruosa. Melhor adotar uma postura mais cautelosa, mas
sem pânico.
Para os investidores de longo prazo, sugiro que a cada estresse do mercado, se tiverem caixa disponível, aproveitem as oportunidades e aumentem gradualmente suas posições compradas: bolsa e TD.
Para aqueles
que têm algum domínio do mercado sugiro montar posições de proteção, com
derivativos e opções.
A única
coisa que você não deve fazer é tomar decisões precipitadas. Todas as crises
são passageiras. Umas demoram mais, outras menos. É preciso ter paciência.
Lembre-se: estamos falando de investimentos de longo prazo.
Por fim,
gostaria de afirmar que continuo muito otimista com o futuro do Brasil. Sairemos
muito mais fortes de tudo isso. Tenho plena convicção. É óbvio que eventos como
esse retardarão a retomada da economia, mas ela virá.
O único medo
que tenho é o surgimento de um candidato oportunista para as eleições de
2018, um salvador da pátria, pregando medidas populistas e não ortodoxas, que
levariam o país ao caos. Todavia, até o momento, acredito que essa chance é remota.
Nenhum comentário:
Postar um comentário