Caro leitor,
quem me acompanha no blog, sabe do meu profundo otimismo com o IBOV para o
longo prazo. Nos últimos três anos, venho escrevendo repetidamente que estamos
num novo ciclo de alta de longo prazo e que pode perdurar por alguns anos.
Contudo, mesmo num BULL MARKET, correções agudas ocorrem, como aquelas que
aconteceram no final do ano passado e no meio deste ano. Faz parte do jogo.
Apesar da forte
tendência de alta atual no gráfico diário, alguns indicadores técnicos e outros
dados me incomodam, e que podem decretar a reversão momentânea desta tendência.
No momento que escrevo o IBOV está cotado em 68.700 pontos. Ainda há espaço para atingir os 70 mil pontos ou
mais, mas a meu ver, dificilmente superaremos esta forte barreira antes de uma
correção. Os motivos? Veja:
1 = A barreira
dos 69 /70 mil pontos é muito forte. Já derrubou o mercado várias vezes. É
preciso muita convicção dos “comprados” para superar essa barreira. Não será
fácil.
2 = Desde o
fundo no Pós-Joesley, o IBOV subiu 13%, e sem uma correção significativa.
3 = Um indicador
técnico, chamado MACD, mostra clara
divergência, o que sugere uma correção.
4 = Várias
ações importantes do IBOV estão extremamente esticadas na alta. Nada sobe
eternamente.
5 = Houve
crescimento significativo do número de contratos futuros do IBOV nas últimas
semanas. Houve também a queda do otimismo dos investidores estrangeiros neste
mercado: queda na posição comprada. Estes fatores usualmente precedem a queda
do mercado. Veja gráfico abaixo.
6 = As bolsas
americanas estão sinalizando uma correção à frente. E que pode ser de grande
magnitude. Provavelmente não sairíamos ilesos.
7 = As
reformas fiscais não avançam no congresso. O rombo do governo continua em alta.
Assim, o mercado vai cobrar a conta do governo. Como? Bolsa em queda, Dólar e Juros DI
em alta.
Uma coisa
importante: não estou pregando “operar vendido”. Estou apenas alertando para
uma possível correção. Sugiro continuar “comprado”, mas protegido. Listo algumas
opções:
1 = Nas ações
em que você ganhou muito nos últimos meses, o mais interessante é realizar parcialmente
os lucros (venda de 50% da posição, por exemplo) e faça caixa: coloque em DI ou
Tesouro Selic. Assim, se o mercado continuar subindo você continuará ganhando,
mas se ele cair você protegerá parte dos lucros. Mais cedo ou mais tarde, o
mercado corrigirá e será a hora de recomprar suas ações um pouco mais barato.
2 = Mantenha
parte de seu portfólio em ativos seguros, como o dólar americano: Talvez 10% do
capital seja suficiente.
3 = Proteção
com derivativos. Aqui está a melhor ferramenta de proteção. Mas lamentavelmente
exige um pouco mais de dedicação do pequeno investidor. O IBOV futuro e o
mercado de opções têm justamente o propósito de proteger sua carteira de ações:
uma espécie de seguro de seu portfólio.
Se você tem
pouco domínio sobre o mercado de derivativos, sugiro a leitura do meu último
livro: Como proteger sua carteira de
investimentos. Lá você encontrará um guia simples e fácil.
Espero que
tenha ficado claro. Continuo muito otimista para o longo prazo, mas
turbulências de curto prazo parecem próximas. Prepare-se. Mas lembre-se, no mercado financeiro
não existem certezas e, sim, probabilidades.
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