Hoje tem decisão do Copom. O consenso do mercado é para um
corte de 75 pontos-base. Assim, a taxa básica de juros passaria para 7.5% ao
ano. Uma das mais baixas da história. Alguns analistas acreditam que teremos pelo
menos mais dois cortes nos juros nas próximas reuniões, em dezembro de 2017 e
janeiro de 2018, com cortes de 50 e 25 pontos-base, respectivamente. Caso essa
premissa se confirme, começaremos o ano, lógico, depois do carnaval, no menor
patamar de taxa de juros da história, em 6.75% ao ano.
Problemas:
1.
A inflação começou a mostrar alguma reação nos
últimos dois meses.
2.
Os graves problemas fiscais no Brasil estão
longe de estarem solucionados. O gigantesco déficit fiscal continua firme e
forte. E pior, as reformas seguem paradas no congresso, especialmente a da
Previdência. O governo federal promete retomar a reforma da previdência depois
de “encerrar” a denúncia contra o presidente no congresso. Será que ainda há
tempo hábil para aprovar uma reforma da previdência, mesmo que desidratada?
3.
Ano que vem teremos eleições presidenciais e a
palavra-chave do momento é incerteza.
Seguiremos no caminho correto ou voltaremos à nova matriz econômica que colocou
o país nessa crise? Entretanto, gostaria de comentar que o processo eleitoral
de 2018 nem começou para o Senhor Mercado. Esqueça as fagulhas atuais. O que
temos até agora é muito irrelevante e nada palpável. Acredito que o mercado
começará a precificar o processo eleitoral apenas a partir de março de 2018.
Prepare-se para a volatilidade.
Posto isto, o que fazer com os títulos do Tesouro Direto.
1.
Não vejo mais atratividade nos títulos
prefixados: alto risco e ganhos limitados. Quem ganhou, ganhou. Pronto. Eu,
particularmente, já zerei minha posição nos últimos meses, e com ganhos expressivos
(títulos comprados em 2015 e 2016).
2.
Tesouro Inflação: continue investindo nos
títulos de longo prazo: 2035. Apesar de mais arriscados, eles ainda têm fôlego
para valorização no curto prazo. E mais, eles garantem um ganho real de 5%,
acima da inflação. Para os títulos mais curtos, 2019 e 2024, sugiro zerar
posição.
3.
Tesouro Selic. Do meu ponto de vista é a melhor
opção para o curto prazo: próximos 12 meses. Em momentos de incerteza e aumento
de volatilidade, o melhor é ficar protegido e reduzir o risco.
Sempre é bom lembrar, que fatores externos ao Brasil podem
mexer com o fluxo de investimentos aqui. Assim, fique atento aos próximos
passos do FED e do Banco Central Europeu. Um aumento de juros por lá poderá diminuir
a liquidez global e, por conseguinte, reduzir o fluxo de dinheiro para os
países emergentes.
Abraço. MJR
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