quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Um pouco de renda fixa



Hoje tem decisão do Copom. O consenso do mercado é para um corte de 75 pontos-base. Assim, a taxa básica de juros passaria para 7.5% ao ano. Uma das mais baixas da história. Alguns analistas acreditam que teremos pelo menos mais dois cortes nos juros nas próximas reuniões, em dezembro de 2017 e janeiro de 2018, com cortes de 50 e 25 pontos-base, respectivamente. Caso essa premissa se confirme, começaremos o ano, lógico, depois do carnaval, no menor patamar de taxa de juros da história, em 6.75% ao ano.

Problemas:

1.       A inflação começou a mostrar alguma reação nos últimos dois meses.

2.       Os graves problemas fiscais no Brasil estão longe de estarem solucionados. O gigantesco déficit fiscal continua firme e forte. E pior, as reformas seguem paradas no congresso, especialmente a da Previdência. O governo federal promete retomar a reforma da previdência depois de “encerrar” a denúncia contra o presidente no congresso. Será que ainda há tempo hábil para aprovar uma reforma da previdência, mesmo que desidratada?

3.       Ano que vem teremos eleições presidenciais e a palavra-chave do momento é incerteza. Seguiremos no caminho correto ou voltaremos à nova matriz econômica que colocou o país nessa crise? Entretanto, gostaria de comentar que o processo eleitoral de 2018 nem começou para o Senhor Mercado. Esqueça as fagulhas atuais. O que temos até agora é muito irrelevante e nada palpável. Acredito que o mercado começará a precificar o processo eleitoral apenas a partir de março de 2018. Prepare-se para a volatilidade.

Posto isto, o que fazer com os títulos do Tesouro Direto.

1.       Não vejo mais atratividade nos títulos prefixados: alto risco e ganhos limitados. Quem ganhou, ganhou. Pronto. Eu, particularmente, já zerei minha posição nos últimos meses, e com ganhos expressivos (títulos comprados em 2015 e 2016).

2.       Tesouro Inflação: continue investindo nos títulos de longo prazo: 2035. Apesar de mais arriscados, eles ainda têm fôlego para valorização no curto prazo. E mais, eles garantem um ganho real de 5%, acima da inflação. Para os títulos mais curtos, 2019 e 2024, sugiro zerar posição.

3.       Tesouro Selic. Do meu ponto de vista é a melhor opção para o curto prazo: próximos 12 meses. Em momentos de incerteza e aumento de volatilidade, o melhor é ficar protegido e reduzir o risco.

Sempre é bom lembrar, que fatores externos ao Brasil podem mexer com o fluxo de investimentos aqui. Assim, fique atento aos próximos passos do FED e do Banco Central Europeu. Um aumento de juros por lá poderá diminuir a liquidez global e, por conseguinte, reduzir o fluxo de dinheiro para os países emergentes.


Abraço. MJR


Nenhum comentário:

Postar um comentário