sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Você gosta de juros baixos?



A resposta me parece óbvia. Todos os segmentos da sociedade se beneficiam de uma taxa de juros reduzida. Você pode financiar um carro, uma casa, abrir um negócio, e muito mais. Para as empresas, o benefício também é enorme: reduz o custo das dívidas e facilita novos investimentos. Esses geram mais empregos e mais renda para o povo e, por conseguinte, mais arrecadação de impostos. Para o Governo, além dos tributos, a redução na taxa básica de juros é muito saudável para reduzir o valor da dívida pública. Resumindo, um ciclo do bem!

Assim, fica claro que a queda sustentável na Selic é muito importante para o desenvolvimento do país. Atualmente a taxa básica de juros está em 7.5% ao ano, uma das menores da história recente do Brasil. Isso foi conseguido nos últimos 12 meses por três razões principais: pelo controle da inflação, pela redução da atividade econômica nos últimos anos em virtude da grave crise econômica e pela alta credibilidade do Banco Central que, a partir da gestão de Ilan Goldfajn em 2016, foi muito duro no controle inflacionário mantendo a Selic em níveis altos.

Pois bem, passemos a próxima questão. A atual taxa de juros é sustentável no longo prazo? Depende de um fator principal. Se o Governo Federal continuar controlando os gastos públicos, a resposta é sim. E o próximo passo importante, e inevitável, é a reforma da previdência. Desta forma, não temos escolha, ou fazemos a reforma da previdência ou voltaremos aos juros estratosféricos. A questão é simples. É matemática. Se o Governo não voltar a fazer superávit primário, os juros vão subir a partir de 2019. Não há outro caminho.

O Presidente Temer, independentemente de você gostar ou não dele, está tentando fazer uma pequena reforma da previdência. Mas mesmo assim, o próximo presidente obrigatoriamente precisará fazer muito mais. Grande parte do déficit público atual é oriunda da previdência social. Aqui, no Brasil, em geral, aposenta-se muito cedo, muitas vezes antes dos 55 anos e com pouca contribuição ao sistema, sem comentar sobre os privilégios de alguns setores.

Uma sugestão, antes de você escolher seus candidatos nas próximas eleições, para Presidente e para a Câmara dos Deputados, verifique qual é a opinião deles sobre o assunto. É preciso mudar a mentalidade de todos os componentes da sociedade. Todos os países sérios no mundo revisaram e revisam periodicamente as questões previdenciárias. O ser humano está cada vez mais longevo. A expectativa média de vida no Brasil é de 76 anos, segundos dados recentes do IBGE. Se nada for feito, a situação da previdência será insustentável em muito pouco tempo. Basta citar como exemplo o Estado do Rio de Janeiro. Lá, os funcionários ainda não receberam parte do décimo terceiro salário de 2016. Inacreditável.


Alguns vão pensar que a corrupção é outra causa importante do déficit público. Também concordo, mas ela não é a causa primária do déficit público. A causa tem nome: PREVIDÊNCIA SOCIAL. Pense nisso, ou melhor, estude o assunto, discuta com seus amigos e tire suas próprias conclusões.

MJR 

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