O ano de
2017 foi muito bom para o investidor que arriscou um pouco mais em sua carteira
de investimento: alta significativa da bolsa brasileira (mais de 25%) e boa
valorização dos títulos públicos prefixados e indexados ao IPCA. O que esperar
para 2018? Será que teremos um bom ano novamente?
Apesar de
acreditar fortemente que estamos apenas no início de um BULL MARKET de longo prazo para a bolsa brasileira, o ano de 2018
será marcado pela alta volatilidade em virtude do processo eleitoral
presidencial. Um candidato pró-mercado e a favor das reformas facilitará o
caminho dos ativos de renda variável. Em contrapartida um candidato contra as reformas
e que defenda o retorno da “nova matriz econômica” poderá enterrar a
recuperação da economia brasileira.
Há sinais claros
de retomada da economia brasileira e existe a previsão de um aumento de 3.0% no PIB em 2018, obviamente se a eleição não atrapalhar a recuperação.
Um fator que
pode dificultar a alta das ações brasileiras é uma possível correção no mercado
americano. Ao contrário de nós, eles estão em alta há mais de oito anos (“Late Cycle”) e uma correção mais aguda
poderá chegar a qualquer momento. Fique de olho também na velocidade da subida
dos juros americanos. Um aperto na política monetária por lá poderá reduzir a
liquidez global e, por conseguinte, determinar a “fuga” dos investidores dos
mercados emergentes, prejudicando o desempenho da bolsa brasileira.
Outro aspecto
que pode jogar água fria nas bolsas mundiais é um possível aumento das tensões geopolíticas
na Coreia do Norte e no Oriente Médio.
Desta forma,
para este ano temos que ter um pouco mais de cautela na seleção dos ativos. É importante
se posicionar para pegar uma possível valorização da bolsa de valores, porém é
preciso ter também ativos seguros em carteira.
Curto Prazo (menos de 12 meses):
Fundos DI. É
a melhor opção para investimentos de curto prazo, garantindo a liquidez imediata do dinheiro e
evitando movimentos bruscos. O ideal é uma taxa de administração menor que 0,5%.
E não deixe de acompanhar o desempenho mensal. Alguns fundos por aí perdem de
longe do CDI. Um bom fundo DI deve acompanhar a taxa do CDI, isto é, 100% de
rendimento do CDI.
Tesouro Selic. Uma opção aos Fundos DI é a aplicação
no Tesouro Selic, que tem retorno semelhante aos melhores fundos DI e um custo baixo:
0,3% ao ano de custódia, acrescido da taxa de administração. Sempre é bom salientar
que algumas corretoras não cobram esta taxa, como a XP investimentos, o que
reduz drasticamente os custos deste investimento.
Médio Prazo:
Fundos Imobiliários. Apesar da melhora na cotação dos
fundos imobiliários em 2017, os preços continuam atrativos. Os proventos
mensais são interessantes, até 0,7% ao mês, e isentos de IR para o pequeno
investidor. Já há sinais claros de que em breve o mercado imobiliário comercial,
especialmente o de lajes corporativas em SP, poderá voltar a se aquecer e as
cotações podem ter bom desempenho.
Títulos prefixados. Sugiro “zerar” a posição em títulos prefixados comprados nos últimos dois
anos. O Banco Central sinalizou que em breve terminará o ciclo de queda da
Selic, atualmente em 7.0% ao ano. Este fato e o cenário político refletem num
maior risco para aplicação nestes títulos, superando o potencial de valorização
dos mesmos. Quem ganhou, ganhou. Agora, em minha opinião, não vale o risco.
Tesouro Inflação. Visando uma proteção de médio prazo sugiro
a compra do Tesouro IPCA 2024 sem
cupons semestrais (NTNB Série Principal). Os motivos? Primeiro porque você ainda
pode aproveitar o fechamento da curva de juros (os prêmios para os juros mais longos
ainda são atrativos) e, segundo, porque você fica protegido da inflação. Por último,
numa eventual vitória da esquerda, esses títulos serão os mais resilientes.
Debêntures. Para aqueles que têm um conhecimento
um pouco maior do mercado financeiro e aceitam um pouco mais risco, a aquisição
de títulos privados (“títulos de dívidas”) pode ser uma boa opção. As corretoras
independentes oferecem estes títulos, contudo a liquidez ainda é limitada.
Longo Prazo (mais de 5 anos):
Tesouro Inflação. Visando a aposentadoria, opte pelo Tesouro IPCA 2035 sem cupons semestrais
(NTNB Série Principal), e tenha uma garantia de um retorno real acima do
processo inflacionário. Mesmo com uma eventual elevação dos juros nos próximos anos,
o ganho real acima da inflação é muito vantajoso.
Dólar e Ouro. O rumo para 2018 ainda é muito incerto,
porém acredito que a cotação da moeda americana deverá ficar muito volátil em
virtude da corrida presidencial. Mantenha
no mínimo 10% do seu patrimônio atrelado à moeda americana com a intenção de
proteger parte do seu patrimônio (lembre-se da correlação inversa entre a bolsa
e o câmbio). Outra opção para proteção de carteira é investir em ouro. Sugestão:
10% em dólar ou 7% em dólar e 3% em ouro.
Mercado de ações. O IBOV está cotado em 78 mil pontos
no momento em que escrevo. O objetivo de longo prazo continua incalculável (150,
200 mil pontos?) se a economia voltar a crescer com a eleição de um governo
pró-mercado. A vitória da esquerda poderá derrubar a bolsa para menos de 50 mil
pontos. Desta forma, o risco-benefício é muito bom. Mais uma vez, invista
somente o dinheiro que você não precisará no curto prazo e lembre-se que o
ativo BOVA11 é a melhor opção para
aqueles que têm pouco tempo para se dedicar ao mercado financeiro.
Desejo a
todos excelente ANO NOVO.
Bons
investimentos.
MJR
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